sábado, 25 de dezembro de 2010

Um pouco de luz nessa vida


Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre,
Para a participação da poesia,
Para ver a face da morte -
De repente, nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte apenas
Nascemos, imensamente.

[Vinicius de Moraes]

Hoje os sentimentos-luz saem para passear de braços dados pela rua. A noite é bela, é bela, é bela, canta minha alma e repete minha paz: o amor recobrirá nosso ser.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010


Sem licença, brilhei no mundo e descobri.
Nasci mesmo para ser feliz, aqui, agora, há um segundo atrás
e também no segundo adiante.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Desabafo 2:11

Como vai você neste dia azul? Comigo não sei. Parece que enlouqueci. Ou simplesmente envelheci?Mil anos em um dia, dizem os desejos. É que meus ouvidos estão um tanto cansados de gente que não sabe ouvir. É que meus olhos estão um tanto cansados de gente que não sabe ver. E meu sorriso está cansado, acho que enlouqueci. As pessoas estão cansativas, o mundo, meus sonhos, os dias, este texto, quanta repetição! Quanto blá blá blá que nada acrescenta. Ando farta de quem não me faz crescer, de quem não me desafia. São os jornais, as capas de revista, as músicas, os programas de TV e sobretudo, as pessoas. Gritem o mais alto que torta sou eu, antiquada sou eu; não creio. Não envelheci tanto a ponto de morrer.
Ainda vivo.
Ainda viverei.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Não se afobe não


"No palco, na praça, no circo, num banco de jardim
Correndo no escuro, pichado no muro
Você vai saber de mim"

Olhos nos olhos daquele que não pode faltar aqui.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Quando o silêncio daquela voz dominou minha alma, logo pensei: é o fim, companheiro. Deixe as coisas, as cartas, as fotos, deixe inclusive os sorrisos mais distraídos na gaveta dos guardados.
Ela disse adeus adeus adeus... e emudeceu.
Despertei cinza e disforme como uma obra de arte contemporânea complexa e inovadora. Quem me visse ali, não entenderia sequer a expressão nos meus olhos. Pus-me a caminhar sem sentir os pés. Entre estradas ocultas deste mundo louco eu era apenas um coração bandido a roubar alegrias em jardins alheios. Eu tinha pressa de um amor-luz que nunca parecia chegar. Já vivi épocas de sentimentos gigantes, de donzelas em torres, de flores e tranças. Já me entrelacei e me perdi no emaranhado de cabelos louros, ruivos e pretos. Já passeei pela pele de tantas mulheres e até fiz música em alguns destes corpos. Mas foi quando o silêncio de uma única voz se fez sobre mim que pensei: é o fim, companheiro. Perdi um pouco a coragem de explodir intenso na vida. E o que mais me entristece nisso tudo, não é o fato de estar sem ela, mas de ter me acostumado a estar sem ela. Logo agora, ao ocupar a mente com outras e outras mulheres, outras tarefas e outras cidades, o silêncio morre. Meu telefone toca para dizer mais uma vez nós dois. O coração sussurra sereno: aproveita, seu tempo é curto.