quarta-feira, 29 de agosto de 2012



Não tenho escrito e isso me dói um tanto.

Eis que caminha uma ideia em minha direção, e eu logo animo. Desperto, a fotografo vindo, cada vez maior. Mas algo me atormenta, pois a ideia vem disforme e esfumaçada, cega-me e passa. Tem sido assim todos os dias. Esta dor intermitente de quem parece não mais sentir, mas ainda sente.

Sabe, não escrever, dói muito.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

transformação

dia desses
subo nua a rua
fumo uma droga
tatuo o corpo todo
planto flor no asfalto
só uso batom vermelho
e de amarelo pinto a casa
viro índio da Amazônia
nasço um passarinho
mudo pra Trindade
vivo por poesia
conheço a lua
fico louca


ao fim desse dia
quem sabe salvo o mundo ou dele me salvo?



quem sabe apenas durmo?
                                                                            [tenho dormido todos estes anos]

talvez eu sobreviva a mim
não por ser água mansa
mas por ser a própria guerra.