quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Viver dói.
Mas se não provar do amargo, como reconhecer o doce?
Viver dói,
mas ainda é caminho.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Tudo

O amor é a pedra que você tropeça com pressa.
Mais.
O pássaro de asas brancas que plana sobre seus olhos.

Repousa e invade e renasce disforme.
Quem o toca?

O amor é  brisa de domingo
A chama do fogão.

É pontual e surpreendente.
Uma paz ou uma guerra.

Aquele pássaro de asas brancas que plana sobre seus olhos.
                                                          ( mas você não o vê)
Aquela pedra que você tropeça com pressa.
                                                           (e reclama)

Somos todos.
Ele anda por aí disfarçado de coisas e gente.

Aquela flor entre tantas outras também é o amor.
O piano que me acaricia doce  é o amor.
A roda do mundo é o tal.

O pássaro de asas brancas que plana sobre seus olhos e a pedra que você tropeça com pressa.

Silêncio.

Atrás da cortina, embaixo da cama.
Escondido, o amor transcende.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

23 e 4 meses

Hoje me dei um presente incrível: coragem.  Cuspi um bolo de tristeza que coçava a garganta como um gato e sua bola de pelo. Na verdade, não estou curada. Ainda. Mas já tenho o remédio em mãos. Basta tomar a dose certa na hora certa, seguindo todos os conselhos do doutor tempo. A vida doí tantas vezes, a na mesma medida nos acaricia. Paciência. Pessoas vem e vão, vem e vão. Não duram para sempre - e aqui falo, de forma fria, além da morte, esta pergunta ingrata, também da vida; mudanças, encontros, despedidas. É obscuro e grandioso compreender o papel de cada alma que passa por nós. Em janeiro ou julho, na segunda ou quinta, num minuto que cruzamos pela rua. Dentro de um momento gigante ou pequenino, porém infinito ( sim, o aprendizado é no infinito) seguimos, e o outro também segue. Agradeço a um amor de novela que me virou a cabeça e me fez acreditar que vale a pena. E assim passou, o amor pessoa, sem ressentimento nem sentir muito. Estou grata ao leão que me protege com sua firmeza e constrói a fortaleza em meu país. Este leão também veio, alimentou-se de meus peixes, e foi. Eu o carregava em meu peito, muitos quilos pesava. Estou pronta para recompor meu aquário. Hoje me dei um presente incrível: coragem. Fiquei livre. Leve. Só levo comigo algo que faz flutuar: liberdade.

ainda sobre perder-s(onhos)e


Logo que perdi o endereço, perdi a força,
o caminho,
a vontade,
as pernas.

Ali,
parei.

Se bem que meus sonhos ainda acreditam em mim.
E ainda bem que acreditam.
Eles me acharam!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Avô

Vi uma nuvem em cores no céu.
 Ouvi boatos: lá mora um anjo de olhos brilhantes e todo 25 de março ele renasce. E renasce também uma saudade bonita e apertada nos corações que um dia receberam sua benção.
Avô, em três simples letrinhas cabe o maior sentimento do mundo,o tal do amor.

quarta-feira, 20 de março de 2013

o manto

Faz frio no Rio e um coração está ferido.
A tristeza é o manto.
Faz frio e ainda é quarta.

Ainda é quarta. Tenho olheiras. Não descanso.
Um dia triste nos envelhece anos.

Sexta, não esqueça as flores

Dentro do embrulho, talvez o menor bilhete do mundo também era a maior dor. Um recado decifrável, nas entrelinhas. Leu. Leu. Leu. Sentiu-se como um risco torto que basta apagar. Mais uma noite em insônia e enlouqueceria, mas pôde chorar em paz, no seu silêncio, até adormecer. Mensagens e contatos e fotos, nada restou, apenas o bilhete. E agora, meias palavras livres, escorrendo dos olhos dos dedos, as últimas. Alguém as lerá, se importando ou não, mas lerá pela última vez. No fundo, não era seu desejo. Mas só restava lembrar das flores. Sexta, não entre no jogo sem as flores.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

E aos vinte e poucos anos ainda me sinto um molde. Como aquela revista de desenhos para colorir. Mas por mais que fora esteja em preto e branco, é dentro que precisa estar em cores. Morri neste momento.  Morri pra nascer de novo. Morri porque precisei. Voltarei com outras asas e outra chance de amar. Tanto pra conhecer, ler, escrever, viver. Sim. Morri hoje porque ainda quero viver.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Nosso amor estava escrito?

.
Começar com um ponto final me dói inteira.
Questiono as estrelas. Talvez elas não saibam tanto quanto contam na última página do jornal de domingo. E talvez prever o futuro seja escolher o próprio caminho. Pois destino também é escolha. Temos o mesmo céu, mas você é estrela e eu, pássaro. Você sol, eu vento. Eu, aquário; você, leão. Nas idas e vindas de uma estrada nossa dimensão se perdeu. Vá saber quem desfez nosso nó ou se  foi desfeito. "Existe amor sem dor? Dizem que a paixão dura três anos". Se assim for, hei de sofrer por um tempo, broto. O vinho ainda corre nas minhas veias.