segunda-feira, 27 de maio de 2013

23 e 4 meses

Hoje me dei um presente incrível: coragem.  Cuspi um bolo de tristeza que coçava a garganta como um gato e sua bola de pelo. Na verdade, não estou curada. Ainda. Mas já tenho o remédio em mãos. Basta tomar a dose certa na hora certa, seguindo todos os conselhos do doutor tempo. A vida doí tantas vezes, a na mesma medida nos acaricia. Paciência. Pessoas vem e vão, vem e vão. Não duram para sempre - e aqui falo, de forma fria, além da morte, esta pergunta ingrata, também da vida; mudanças, encontros, despedidas. É obscuro e grandioso compreender o papel de cada alma que passa por nós. Em janeiro ou julho, na segunda ou quinta, num minuto que cruzamos pela rua. Dentro de um momento gigante ou pequenino, porém infinito ( sim, o aprendizado é no infinito) seguimos, e o outro também segue. Agradeço a um amor de novela que me virou a cabeça e me fez acreditar que vale a pena. E assim passou, o amor pessoa, sem ressentimento nem sentir muito. Estou grata ao leão que me protege com sua firmeza e constrói a fortaleza em meu país. Este leão também veio, alimentou-se de meus peixes, e foi. Eu o carregava em meu peito, muitos quilos pesava. Estou pronta para recompor meu aquário. Hoje me dei um presente incrível: coragem. Fiquei livre. Leve. Só levo comigo algo que faz flutuar: liberdade.

ainda sobre perder-s(onhos)e


Logo que perdi o endereço, perdi a força,
o caminho,
a vontade,
as pernas.

Ali,
parei.

Se bem que meus sonhos ainda acreditam em mim.
E ainda bem que acreditam.
Eles me acharam!