quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

(não) Aconteceu...

Viajou por um ano reto.
Teve sono e dormiu metade do caminho.
Chegou, então, em um minuto.
Esqueceu o que fez e disse.
Comeu cru mesmo.
Foi tanto silêncio que deu até para ouvir o coração batendo forte.
Guardou algumas cartas, só não sabe onde.
Viajou por um ano de fotografias e amizades inteligentes.
Alguns beijos diferentes, alguns iguais.
Três dias para nascer e morrer amor.
Reviveu um passado.
Leu, leu, leu, escreveu.
Viajou por ano de dúvidas e escolhas ocultas,
Estudou de tudo para de tudo saber.
Lágrimas foram poucas,
Milagre! “Mi lágrimas poucas...”.
Quis palavras,
E no mundo novas promessas.
Viu Promessas de um mundo novo (e recomenda).
Poucos filmes (e se arrepende).
Muita música, teatro, dança (e se orgulha).
Sonhou besteiras nesse ano reto.
Apaixonou poemas, apaixonou.
Começou do zero, apressado.
Mas o mundo não o esperou e foi logo acontecer.
Aconteceu presidente, corrupção, morte, guerra, fome, futebol, doença, Rio, chuva, sol, astronomia, artes, crise, coisas de mundo do avesso.
Quando viu, estava na contra-mão.
E sonâmbulo, esqueceu-se de acontecer com o mundo.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Fez festa no meu coração.

Já estava decidido que pararia. Parei foi nada.
Arrepiei quando vi a pequena tela azul acender sobre a estante. Então pensei, peguei, olhei...
Ficamos a olharmos-nos a tela, os números e eu. Aqueles números desconhecidos que pareciam provir de alguma cidadezinha longe demais da minha vida. Juro. Pensei em fingir não estar lá, pensei em transformar-me em um fantasma tímido ou algo parecido com o inexistente, para fugir de telefonemas, como sempre. Faltou coragem, e excedeu curiosidade. Quem será?
Foi um impulso, uma surpresa. Pensava em você e não minto. Onde já se viu inversão desse tipo?
Os livros na cama até vieram ouvir a conversa da qual certas palavras ainda não compreendi. Houve algum silêncio entre essas mesmas palavras. Mas não importa, pois ouvia sua voz, acariciando-me por ondas sonoras. Saboreei os meticulosos segundos, como faria com bons doces. boas notícias. bons ares. Não há tristeza que não passe quando me lembro de ti.
Hahahahahaha, assim eu ri. E (r)ri (m)eu.
Fez festa no meu coração. Ele sambou por trezentos e quatorze segundos sem parar, sem descanso. Não foi despedida, não. Pelo contrário. Foi uma agulhada de saudade. Pelo menos para mim.
Agora quero Replay com erre maiúsculo de...
Hahahahahaha.
Que festa!
Obrigada.



(oiràsrevinazilef)

domingo, 27 de dezembro de 2009

Uma, duas, três, quatro, ..., oito. Oito argolas prateadas, brilho e luzes. Naquele salão verde as crianças mostravam os dentes em sorrisos gigantescos, desses que nem cabem no rosto. As meninas, caídas ao chão, balançavam as perninhas para cima. Os meninos, traquinas, corriam de canto à canto.
No meio da roda, ele. E todos os olhares, nele. Ele, o mágico. Uma roupa comum, preta, com mangas misteriosas, de onde possa vir todos os segredos, se existem. Em suas mãos não havia apenas oito argolas prateadas. Era mais. Havia ali, alegria, fantasia, esperança, vida, brincadeira, felicidade, felicidade, felicidade. Num susto, os círculos de metal começaram a boiar no ar. Pega um e outro e depois outro, dá-se um giro, quase pirueta de mãos e tcham; eles se encaixam perfeitamente e seguem entrando, misturando, envolvendo como se desse laços com o metal. Faz um desenho flutuante. O brilho reflete nos olhos. As crianças ficam estáticas. É possível ouvir algumas pessoas comentando: qual é o truque?... Depois, mais argolas que entram e saem, se enlaçam em um nó complexo, uma obra de arte que ele faz. Pois o mágico é, antes de tudo, um artista perfeito, que reinventa aquilo que tanta gente não vê ou não quer ver. Então, ele une todas as argolas em uma só mão, e com o sopro bem leve transforma-as em corrente. Solta, joga, levanta, balança, uma dança de prata, e perplexas, elas se soltam, voltando a ser cada círculo só. Tantas manobras, molduras, enigmas, e o fim do espetáculo encantador. Todos admirados, mas alguns desconfiados. Os jovens meninos e meninas ainda naquele mundo de sonho, ficaram sentados por alguns minutos. Certos adultos, logo caíram em si, desacreditados, tentando descobrir os segredos. E, assim, perdendo a beleza dos detalhes do próprio segredo. Acredita em mágica? Eu acreditei.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Domingo dia vinte

Deu branco. Não. Deu não. Branco é quando o saber está lá, bem guardado em suas gavetas; e você tem todas as chaves, sabe bem qual usar, mas não a alcança. Não consegue. Sabe-se lá o porquê. Sabe? É um nervoso, um treme-treme que vem de dentro. Vai queimando os poros do corpo, uma tontura na mente, as pessoas giram, você gira, sua caneta não escreve, a mão não escreve, a cabeça não pensa. É um branco.
-Mas o que te deu?

Meu erro foi ter adiado para o outro dia.
Meu erro foi ter deixado a leitura pela metade.
Meu erro foi não querer demais o que mais devia.
Bye, oportunidade.

Espere-me nova daqui a alguns dias. Dois dias virão e me levarão para mais perto da vida e mais perto do mar...
Há, ainda, um pensamento bom de poder crescer na cidade do petróleo...
Espere-me(e verá).

sábado, 19 de dezembro de 2009

Romance

Romance é piada para dois. É humor, bom humor, mau humor. É pisar com o pé direito e esquerdo, juntos, batendo os quadris pelas calçadas. É perder a pipoca entre os lençóis, assistindo a filmes clássicos numa tarde de domingo. E dar nó nas pernas, massagear o corpo, pintar sua cor com a pele do outro.
Romance é beijar o nariz, observar a boca, desenhar sobrancelhas com os dedos, beliscar as orelhas, entender os olhos, esperar horas por um só minuto. É ver sua face na face à frente. Envolver os cabelos e ler o silêncio e despertar o sorriso e rir. Rir. Romance é risada. Conversa. É conversa antes de sexo. E nem sempre é para sempre. Um dia, um ano, uma vida.
Romance é mesmo piada para dois.



quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Telefone sem fio

Trim...trim...trim...
Alô? Pronto. A Bia está? Bia está no colégio. Ah. Logo logo ela chega. É a tia Cláudia? É Maria. Ah, oi Maria, tudo bem?. É Ana. Oi, tudo. Você sumiu daqui. Sabe como é, época de provas. Imagino. Anota um recado para mim? Anotaria, mas estou com a comida no fogo. Espera só um pouquinho. Bê! Quê? Anota um recado aqui para mim? Anoto! Alô? Bernardo, é Ana. Oi, pode falar. Anota um recado para mim? Claro. É que... Ana, a Bia acabou de chegar. Espera só um pouquinho. Bia, telefone. Alô? Oi Bia é Ana. Aninha! A sessão é sete horas. Hum. Vamos? Como você vai? Espera só um pouquinho. Mãe? Me deixa no shopping? Ana, pergunta para seu pai. O quê? Pai! O quê? Me deixa no shopping? Deixo. Passa na casa da Bia? O quê? Que folga Aninha! Passo. Bia? Sim. Vou com meu pai. Ele te busca aí. Ah, valeu! Tem uma pessoinha que quer falar com você. Alô, biazinha? Martinha! Venha aqui em casa. Filha, venha que a comida está esfriando. Quando eu puder. Nas férias? É, nas férias. Filha!... Bia? Oi. Ela foi almoçar. Ah, tá bem. Estou com fome.Que horas? Que horas o quê? Ah, seis e meia. Eu vou ter que desligar. Certo. Meu pai vai usar o telefone. Tudo bem. Até mais tarde. Tchau.
tu...tu...tu...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Perdoe-me, poeta

Drummond, eu não segui teus conselhos
tão sábios de poeta gauche.
Não trabalhei palavras,
não retirei suas máscaras.

Portanto, perdoe-me!
Espremi as últimas gotas do poema,
libertando nus
uns pensamentos perdidos.

Drummond
, tua pedra agora está em meu caminho.
E, por não guardar três meses a escrita,
como havia me dito,
passei mesmo a repudiar o

eu-lírico.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Da boa(?) gramática

O mundo inteiro precisa saber que o meu querer por você é transitivo indireto.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Transição

Lá, do outro lado do muro, quero estar. Não ser, estar. Onde o lá é cá, e o longe abraça. Não acena. Do outro lado desse muro duro, cinza, cor de asfalto desbotado com tijolos cansados de tudo que é igual passar, deve haver felicidade. Quero estar lá. Onde o perto beija um cá de coisas.

Tudo aqui já enjoou meu eu. Vomito inglórias da quietude interna, discreta. O fim do aqui. Uma atitude inspiradora: mudar de si para um lugar translato.


Lá, daquele lado, onde se precisa de menos pressa, é que estarei a aspirar um ar sincero, sem essa fumaça negra de qualquer tipo de poluição imoral ou substancial. Cá, moro e morro, todos os dias num cansaço por ver meus olhos nadarem em lágrimas fúteis. O longe será o perto do sonho mais traquinas. Então, depois de mudar e provar sua doçura, eu farei um buraquinho no muro para você espiar. E, se gostar, posso até derrubar as fronteiras para você também entrar.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

...versinhos de promessa

Quem inventou o amor
Quem inventou a austeridade
Quem inventou o perdão

Há de reinventar a humanidade.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

De tardinha

quando a paz de tardinha vem anunciar o despertar da noite, o último raio de sol insiste em invadir o quarto. Logo ele que é tão escuro ao meio-dia, de tardinha, tem os quatro cantos iluminados. No raio, a própria paz e uma saudade, curiosas , vêm rasgando o ar. E pintam, a saudade e a paz, paredes de lilás e grená.E beijam as fotografias nos porta-retratos, contornando os sorrisos que moram lá.E rodam flutuantes em piruetas formando laços finos nos enfeites da estante. Surge assim, um circo em festa com malabaristas a balançar no lustre e palhaços a equilibrar pilhas de livros. O céu revela a si três cores: laranja, rosa, branco. Enquanto a lua, põe-se a boiar transparente, bem lá longe, no infinito. Lá mesmo, aonde ninguém vai. Tudo é cenário. O raio ainda no quarto.Quiçá, fique assim para sempre: recheado de paz, saudade e cores no fim de tarde.

sábado, 28 de novembro de 2009

Ah, esses contadores

A gente passa os dias contando os dias para chegar um dia.
Quando chega, a gente nem aproveita, fica sem aplausos ali parado no meio do palco, pronto para recontar. Se olha para cima, vê o tempo passando, passando, passando. Contudo, ninguém vê o tempo fluindo, acontecendo; enfim, ninguém se vê escrevendo o próprio tempo. É ele o grande autor de nossas vidas. Uma troca de valores sem lei e coragem.
A gente passa tantos dias na esperança de algo que virá um dia, sem ousar criar o algo, com paciência para o algo se auto-criar, brotar do nada. Apenas umas lembranças do passado inquietam, e uma incerteza do futuro magoa; entristece; deixa pálido o que será. Perguntando uns aos outros: o que será? quando virá? Esquecendo-nos do que é.

Só, que num dia, um não mais acorda, e a espera tem fim. Quem fica, inicia um blá blá blá constante de "coitado tão jovem, coitado tanto para viver." Não é questão de merecer a morte, mas sim, de gozar a vida enquanto a morte não vem. Porque o fato, é que ela virá.

Então, quem fica, passa um segundo refletindo, repensando, reformulando os valores. Dorme, acorda e começa a contar os dias tudo outra vez.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Buquê de estrelas

Colhi algumas estrelas do céu
umas brancas, azuis e vermelhas.
Só para colorir o buquê
que te darei no dia de seu aniversário.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Drama

As horas estavam longas.
Cada uma hora continha muitas horas.
Cheguei louca: trocando ideias. trocando pernas. trocando palavras.
Perdi o tempo, o conceito, o desejo, o limite, o momento.
Matei-me aos poucos, torturando-me durante segundos.
Declarei o fim no grito.
É o fim do eu repugnante;detestável.
O enterro que já deveria ter acontecido, finalmente está marcado.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A despedida

Os olhares eram compreensíveis. Melhor seria se não estivessem ali, na partida. No momento certo do encontro para partida. Ela sentia dor, mas prometera para si mesma que não choraria; nenhuma lágrima gastaria, nenhuma. Tentou ver graça pela última vez após descobrir que no fundo, bem lá no fundo, viam de forma equivalente, já que graça é beleza, beleza é graça, irmãs de dicionário. Apostou como ele não sabia, e nunca, talvez, lembrasse dessas palavras. Ou sempre, talvez, pois a surpresa da vida é tanta. As pessoas são imprevisíveis; e é por isso que há graça.
Como duas pedras, adeus. Já notavam-se estranhos e, enfim, compreenderam que o tempo dá o tempo ideal para cada detalhe. Se passa, é bom deixar gosto de não vivido; sem ousar viver. Mas seriam capazes de permitir não sentir um ao outro? Já faz tantos anos.
O pior foi dito: o sonho morreu no segundo dia. Mataram-no juntos. Ele, por ser livre e sozinho. Ela, por permitir um nó da fantasia que deu o bote mais violento.
Estranharam-se mais e mais. O que há de errado em gostar? Só se não houvesse o gostar, ali.
"Adeus, obrigado por tudo. Adeus, gosto muito de você. Adeus, vim em busca de meu passado, do que é importante para mim. Adeus, foi muito bom te ver de novo. Adeus, não se esqueça de mim. Adeus, não espere por mim."
Pronto, estava lançada a sorte. A última frase foi o corte no coração da moça. Porque esperaria? Nunca esperou. Foi o acaso, o puro acaso dos encontros e desencontros. Mentira. Foi a busca pelo passado. Quem busca, alcança. E ele alcançou.
Se dizia: sou sozinho. Ela calava-se em pensamento: não é não. Contudo, respeitou sua tristeza; da vida injusta com ele. Só não entendeu a fome de liberdade que faz tão mal ao coração no seu mundo.
Não foi como imaginava, uma fábrica de sorrisos, afinal, já faz muitos anos. A vida, injusta com ele, causou estranhamento.E, a partir de então, a moça estava decidida que o livro ficaria fechado durante um bom período, para que lembranças fossem evitadas, trancadas. Lembrar demais não é sua fuga preferida.
Até hoje ninguém sabe bem se o que aconteceu foi verdade ou sonho. Não se sabe se existiu um ele e ela neste universo. A única certeza é que a vida continua, portanto, deve-se seguir em frente, percorrendo os caminhos mesmo que extremamente opostos.
O que podemos supor é que ele preferiu a companhia eterna de suas lembranças, enquanto ela, despediu-se de uma aventura. Uma paixão que poderia dar em filme com final feliz.
Sem se conhecerem inteiramente, a escolha foi o adeus.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Raul durante

No céu, há duas estrelas que raramente brilham na mesma noite.
Quando brilham, se beijam.

domingo, 15 de novembro de 2009

Raul antes

Você disse que viria. E veio mesmo; só para alegrar meu coração.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A dona da casa


A protagonista dessa história é minha avó, e se chama Dolores.
Morena, os cabelos com ondas minúsculas, por volta de seus 86 anos e a pele moldada pelo tempo, ela observava tudo nos mínimos detalhes. Os olhos brilhavam como espelhos do sol. Lá estava ela, filmando cada movimento dos filhos, dos netos, dos bisnetos, dos amigos, daqueles que passavam, daqueles que se sentavam em seu sofá, dos que ficavam, dos que partiam. Naquele dia, Minas Gerais, os trazia visita; para ela, e seu companheiro. Eram dois irmãos mais novos de Zezé, que sempre vinham passar uns dias, quando livres. E, mesmo assim, Zezé emocionava-se como num primeiro encontro após muito e muito tempo. “É chorão mesmo esse seu avô, Mariana. Não tem jeito. Um homem deste tamanho babando feito nenê!” Ela não se cansa de arrancar-nos boas gargalhadas.
Naquele dia, parou para reparar tudo ao seu redor; os olhinhos cheios de luz. Contamos cada filho, oito, cada neto, dezessete, e cada bisneto, sete; só para treinar sua memória cansada que a doença cisma em querer.
Eu ousei perguntar se estava feliz. Com um doce sorriso, e mais verdadeiro que já a vi revelar, respondeu-me: e como não? É a maior família que já vi. Culpa de Zezé que não parou um minuto. Pois deu agora para fazer piadas sobre a própria vida. Que vida vó! Quanto já me ensinou simplesmente por dar a bênção. Simplesmente por ser sábia, como é.
Alguns dias a visão não está boa: você está magra, você está gorda, sendo que você não está nada de nada, na verdade. Alguns dias a visão está tão boa que te vê passar do outro lado da rua pela janela da frente. E ri, e chora, e pensa em sei lá o quê se calando de cabeça baixa, sentindo saudade dos tempos de moça. Orgulhou-me ao dizer “eu era assim como você”. “Essa aqui, é que nem eu quando nova”. E quer ser também quando os anos chegarem, com exata sabedoria.
Um presente divino ter em seu abraço o carinho infinito. É a mais bela da casa; clareando os cômodos quando alegre; escurecendo-os quando triste. Por ser assim, dona da casa, visto-a com todo meu amor, e fim.

Receita de poesia


A poesia é a soma de dois todos:
toda mente;
todo coração.

sábado, 7 de novembro de 2009

Com vocês!

Foi assim: fácil, simples, muito simples!
-Alô?
-Fala mulher!
-Está livre hoje a noite?
-Estou.
-Então, dez horas na casa da Amanda.
-Combinadíssimo.

Foi assim: como mágica.
Encontrá-las é sempre maravilhoso.Era justamente o que faltava para terminar bem a sexta-feira.Porque, afinal, a gente conversa, a gente se entende. É o slogan de um encontro transbordando vida, amizade verdadeira. Um "oi" da felicidade.
Com um tempo, a gente descobre que amigo mesmo é isso aí!Não se vê todo dia, e pode ficar meses sem conversar. Ah, mas quando encontra...é um turbilhão de sentimentos positivos, é uma troca, quase uma chantagem: só te faço rir se me fizer rir, entendeu? É necessidade do outro, fome do outro, entrega, vontade de sentir perto.
Os momentos ruins camuflam-se, escondem-se, e quando são inevitáveis tornam-se mais leves. Ah, como vocês! Há tanto que contar, há tanto que ouvir.
"Eu falo sério. Vocês não acreditam? E as intimidades da baleia nem são de nosso interesse, mas que o mar é um vasão sanitário, eu tenho certeza."
Das conclusões que tiramos juntas, quanto valor tem o pequeno!

Mariana vai para os EUA!uau! Para os EUA! Perco a conta das possibilidades e oportunidades que a esperam no sonho americano. Ela vai, vai voar; brilhar. São 5 meses. Mas como digo, distância e tempo são diretamente proporcionais. O tempo parecerá muito maior, quase infinito. Não nos esquecendo da relatividade, também passará num piscar de olhos. Portanto, abrace tudo com toda força e vá em frente, porque o seu, de fato, está guardado bem guardado.
Por isso, encerrarei tal qual comecei, cheia de alegria e sinceridade com uma frase cansada de ser dita, que traduz neste momento mais que mil sorrisos, mil abraços, mil beijos. Traduz todo meu sentimento, de todo meu coração.
Eu amo vocês.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Calor assassino

-Essi calôzinhodi matá! Essi calôzinhodi morrê!
-Essi calô tá é pra suicídio, neguinha! Cê nunca ouviu Seu Joquinha dizê qui as alma vão pro céu, bati nas nuvins e faz chuvê?
-Alma di ricu ou di probri, pretinho?
- Sei não, benzim. Mar devi sê di ricu, uai. Se fossi di pobri nóis morria tudo é afogado.

O dia do inventor

Eu invento versos,ideias,palavras,pessoas,coisas,sentimentos.
Eu invento o hoje. No dia do inventor. O dia do inventor.
E reinvento a mim.
Se pensamos que de TUDO foi inventado. Preparemo-nos para o novo moldando o novo.
Vem sem lógica não rima e acompanha.
A dança da desconhecida.
Parece brincadeira, pois é sim...
Acontece como riso. Surge e ao vento se vai.
Uma gargalhada infantil gostosa reinventando a alegria.
Quem é capaz de entender um coração alado?
Uma andorinha só não faz, verão.
Há muito que se criar.
Lady.Baby.Moon.
Há muito mais aqui que palavras, soltas.
toc. A imaginação bate na porta. Estrelas abrem a mente.
Olhe em volta. Mas preste bem atenção. As coisas são mais do que parecem.
O céu só é céu quando as luzes da cidade se apagam.
Ah, se eu fosse um inventor serelepe, minha primeira criação seria a máquina de apagar cidades.
Então, crianças e velhos poderiam reinventar o céu em seus sonhos,
E os adultos ficariam tão fascinados nesta arte da invenção que esqueceriam sua pressa.
O despertador nunca mais ia tocar.

1( o dia do inventor, 4 de Novembro, não foi inventado por mim. Ele foi realmente um feito genial.)

2(O texto deveria ter sido postado ontem, mas a Internet estava de mal com a vida.O que não é problema meu, claro.)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Cozinhando com problemas

Eu tinha um abacaxi em mãos.
Agora tenho um abacaxi e um pepino.
Ótimo! Dá até para fazer uma saladinha...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

27 de outubro

Tenho certeza que uma nuvem de dor cobriu o céu de Belo Horizonte nesta terça-feira.
Afinal, faz exatamente um ano que Marcos nos deu o grande, o maior, o pior susto.
Como fica a História pela metade?
Como se termina uma história com interrogação?
Pois foi assim e pronto.
E ponto.
Como um mistério, um desmaio, o levou de nós.
Que Dona ingrata! Não o deixou nem se despedir. Um último abraço ou uma última visita. Nem isso.

A morte é mesmo um buraco que a gente cai sem perceber.

Se a vida fosse uma fita de vídeo, eu iria apagar 27 de outubro de 2008. Eu iria adiantar 27 de outubro de 2009. E pularia todos os capítulos 27 de outubro.
Infelizmente, poucas lembranças, mas boas lembranças.
Então, é por você que me calo e me guardo em saudade.
Não é possível acreditar.

Espero que estejam fortes.

Invisivelmente só

Hoje eu quero ser esquecida por todos.
Esquecida pelo mundo
amigos, amores, coisas, casas
que não me vejam.
Em nada
Hoje, eu quero estar desapercebida aos olhos
Passar, só e somente
com os cabelos longos, cachos cheios
e um pensamento louco ou sonhador
Quero ser apenas sentida, como um vulto
Fantasma, espírito, dúvida...
Deixando o vácuo da minha solidão
Preencher o caminho percorrido, até então.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Ser míope

Ser míope tem lá suas vantagens: quando não se quer ver a realidade, basta tirar os óculos.