terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Acorde maior

Odeio despedidas.
Adoro encontros.
No encontro o saboroso é o primeiro abraço que se dá.
Às vezes dá vontade de ficar dentro dele por meses, morar nele ou vesti-lo em dias frios de julho como um casaco quente feito à mão. Por isso adoro.

Aposto o oposto.
Não prometo porque não cumpro, mas me desafio.
Reviro ao contrário o avesso, enlouqueço, e no fim canto o refrão.
A letra completa inspira a memória fraca pra idade.

A saudade me amedronta.
A vontade me encoraja.
A verdade me recusa.
A solidão me acalma.

Estar só e não incompleta!
Estar só pensando.

Há abstrações que levo comigo: o que digo.
Sou abstração.

Amo sol morrendo, milho, cogumelo na comida...qual é mesmo o ritmo?
Marcho pra fazer paz e não curto quem morre em vida.
Curto o longo e prolongo o curto.
Posso dizer: venha cá, amor, só não se enrosque no pescoço.
Não sou romântica, obrigada.
Mas,
mesmo sem fama, meu canto
encanta.
Basta querer ouvir.
E bem de perto.