quarta-feira, 20 de março de 2013
Sexta, não esqueça as flores
Dentro do embrulho, talvez o menor bilhete do mundo também era a maior dor. Um recado decifrável, nas entrelinhas. Leu. Leu. Leu. Sentiu-se como um risco torto que basta apagar. Mais uma noite em insônia e enlouqueceria, mas pôde chorar em paz, no seu silêncio, até adormecer. Mensagens e contatos e fotos, nada restou, apenas o bilhete. E agora, meias palavras livres, escorrendo dos olhos dos dedos, as últimas. Alguém as lerá, se importando ou não, mas lerá pela última vez. No fundo, não era seu desejo. Mas só restava lembrar das flores. Sexta, não entre no jogo sem as flores.
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