quinta-feira, 28 de julho de 2011

oirbós

Virá o sol branco e a noite úmida sobre os ombros, mas a pele está seca e os sonhos desidratados. Sinto sede de amor. Sede de amar. Meu corpo caminha delimitado por uma vontade fanática de querer; uma necessidade de transa com outro corpo. Sentir, por dentro, o quente da paixão e beber. Beber até fechar os olhos sem abrir, pois não há forças para abrir uma estúpida lata de conserva - esta lata de conserva se chama juízo- e beijar. Beijar outra alma até que a cabeça infiltre cautelosamente numa loucura de querer entre tantos quereres do querer-te. Girar o mundo particular quando gira a cuca, tudo ao redor. Arder a cama, os pés, pernas, pescoço, navegar nos lençóis e tomar o mar numa esquina com sede, entre olhos. Garçom! Eu preciso de um vício. Eu preciso de um vício fatal para morrer no meu vício e nascer novamente, que é assim que se vive: morrendo e nascendo, morrendo e nascendo, por vezes se matando só para nascer de novo. Sou besta, é bem viver no primeiro gole, no segundo, risada, no décimo, sede. O vício se segue. É amor que preciso, e dê-me a dose diária de insanidade. Há, em cada co(r)po, uma solidão amarga, mas o prazer é todo meu, sente-se, puxa a cadeira, só estou começando.

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