sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Latejo

Eu quero as respostas; a receita; o ponto final. Seria fácil ter um índice para abrir na página x e ler o que fazer. Mas a vida, meu amigo, não nos oferece este livro de soluções. Pelo contrário, a cada capítulo um novo enigma; a cada página um mistério; no final de cada frase, a interrogação. Deve ser por isso que viver exalta sensações, às vezes exigindo silêncio e ação e um pouco menos de filosofia. Instigar a mente, sempre! Nada mais belo que o pensar. Todavia, é preciso sabedoria para conter-se, falo mesmo por mim. Ando à beira de enlouquecer, overdose de reflexão. Tinha utopias, quis realidade; tive realidade, quis utopias. Céus, não é possível morar em cima do muro? Se eu tivesse as respostas, não as tornava públicas e o divino pune meu egoísmo com mais questões. O momento é indefinível, incompreensível. Eu não entendo. Enquanto há vida, resta-me buscar equilíbrio, busca eterna. Ou quem sabe render-me a loucura palpitante, venenosa...
e dela beber até a morte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário