domingo, 2 de outubro de 2016

Quer café comigo?

Tudo que escrevo sobre você eu apago. Permito-me agora tentar. Simples a nossa maneira – apesar de nos julgarmos complexos.

Silêncio. 

Perdoe o silêncio.
O silencio é a minha primeira manifestação de afeto. Calo-me para ouvir-te. Calo-me para observar. Aos calarmos é possível escutar o coração, a alma. No silêncio não há mascaras, estamos nus. Mineira que não sou, no início desconfio - há o pezinho nas Gerais. Já já me derreto todinha. Chove lá fora, está frio, como estão as coisas, tudo na mesma, quanto tempo, certo.

Beijamos.

Não há o não, não há nenhuma razão. Percebi teus olhos brilharem quando soltei o cabelo.

Somos peças de um quebra-cabeça, te reinvento e moldo a todo momento. Uso as cores que mais gosto: você projetado num filme. É como ser desafiada a descobrir algo oculto, uma história de livro, um mistério. Insisto, pois ainda quero ler. Talvez, seja algo como o amor, mas não devo definir o que eu não sei.

Tua voz combina com meu texto. Fico bem vestida na tua pele. Minha boca cai bem na tua. Nossas mãos são como velhas amigas. O teu sexo nasceu para o meu. Nosso café tem o mesmo amargo. Os únicos defeitos são os quilômetros e o cansaço. Posso ser cúmplice e amante e mãe. Todas cabem. Abraça-me forte, no teu peito eu renovo. Eu aceito, aceito rodar o mundo, escalar montanhas, mergulhar em mares escuros, ou uma cerveja no bar da frente. Eu aceito. Aceita? Vamos juntos. Viver não tem idade. Vê com teus olhinhos o quanto é gostoso o nós dois e volte. Diz que sente saudade, diz que quer me ver, conta tuas novidades, problemas, os assuntos chatos para mim interessantes. Podemos dividir o lençol. Faz sorrir porque sorrindo é mais bonito. 

Fui à padaria sorrindo e estarei sorrindo a semana inteira. 

Você sempre será meu sol de carnaval.  

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