sexta-feira, 21 de maio de 2010

O mistério

Andava em direção ao escuro. Era um cais comprido demais para se perceber o fim, e enfim, o mistério na ponta estava vestido de não sei e pintado bem escuro que eu não via. Ia.
Andava sozinha. Minto, sozinha não. O medo estava comigo. Guiava-me sussurrando em meu ouvido com sua voz tão suave que me abraçava e eu não mais sentia o corpo. Eu, pena, flutuava. Vá vá, dizia constante, troque os passos sem saber. O mundo estava de cabeça para baixo. Eu torta e tonta só pensava que o medo não guia ninguém, apenas retrai. Mas o meu medo estava tão curioso para ver o que morava na ponta escura do cais que mais parecia ser coragem.
O escuro me consumia aos poucos. Eu desaparecia e no fim do cais sem fim fui a ponte a qual o medo atravessou. Avistei a distância. Saltei alto para agarrar o céu esquecendo-me de que não tenho asas. Esquecendo-me de que minhas asas estão na mente e só voam dentro da mente. Saltei mergulhando na profundidade indecifrável e então, ao abrir os olhos, vi que a escuridão na ponta do cais sou eu.

Um comentário:

  1. Isso se chama auto conhecimento, superação, persistência e conquista. Que ótimo se descobrir. bjossssssss

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