domingo, 8 de maio de 2011

aconchego de dois

quero-te espontâneo em mim espontânea
quero quebrar a regra de tua reza rude
e partir nossa paixão em pequenas partes
para morder cada uma quando sentir fome
mas nunca me saciar
mas nunca dar fim a alguma parte
para que infinito seja enquanto infinito dure
para sempre que dure
quero que aconteçamos
aconteça o que acontecer

viver, te ver, tu
viver,tu , vim ver, ter

quero-te fogo em mim fogo
e quando vento em mim vento
e quando água em mim água
e quando medo em mim medo

quero-nos um prato frio de entrada
um vinho a manchar o lençol
nossas pernas emboladas sem forma
nossos corpos pesados como pedra
sem hora
sem hora
e agora
esta noite
e depois

fica, aconchega
chega perto
acalma a cama que ainda é domingo
e a cidade dorme sonhando nós dois

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