terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

de cima

Decolou a nave prata dura que não derrete
o fogo.
lançou queimando a atmosfera terrestre
assustou os seres das asas tortas
rasgou a camada fina, virou fogos de artifícios.
De cá, meu amigo, compreenderia quão pequena é sua matéria
como grande é a alma sua.
o sol mais nu cegou meus sonhos,
seguiram longe, distantes da impossibilidade de não acontecerem.
Astronauta vá.
Daqui, a esfera é bem azul. Lindíssima, lembra o mar.
o dia já nasce noite de dia.
A noite vem trazendo o descanso para olhos sós.
E a noite vem ninando os homens sobre as estrelas, outros planetas,
não fui.
os dedos do céu giram o sol, que é lua, não há pôr-do-sol, só brilho.
na janela da tela do lado de lá, meu peito transborda, anéis de Saturno.
Aquário, Marias.
Daqui de cima, tudo é desafio. Escuridão clara,
vê.
Grita o teto de Deus, meu amigo, ando perto de Deus.
venta. minto,
foi cometa.
somos cometas.
e no papel da galáxia, desenham os amantes vãos
a noite que
vem ninando os homens sobre as estrelas.

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