Não há necessidade em nos auto declarar constituídos de metais pesados. Somos frágeis demais para tais comparações. Nem sempre podemos nos caracterizar rígidos, duros ou firmes. O vigor raramente nos ensina. Na maioria das vezes é concreto aprendermos quando há flexibilidade no conteúdo, possibilitando enxergar de maneira neutra ou positiva não somente o que convém, mas também o que repugna. Ando pensando e minhas reflexões levam-me, comummente, à perguntas anos-luz mais complicadas e temíveis que as originais ao pensamento. Alguns passos para trás revelam visões distintas do futuro, atitudes, quem sabe, inovadoras. Mas cheguei a uma conclusão - posso estar errada ou não, e desculpe-me se tiver tomando seu tempo com discussões supérfluas e se nossas opiniões tomarem caminhos opostos - que líquidos com certos metais rapidamente morrem, se assim podemos metaforizar, enferrujam. Logo, descobri que quero estar fundida e ser preenchida de matéria gelatinosa, a qual eu possa moldar quando bem entender ou ela própria moldar-se naturalmente quando necessário, no tempo e no espaço. Quero ser disso, sei lá o quê, para poder adaptar-me a condições oferecidas pela minha vida. E eu mesma, modificar minha forma, nunca faltando a substância, mas modificar minha forma a fim de encontrar o pote que me sustenta. Há um equilíbrio, não perfeição. Óbvio que raros são aqueles que já encontraram este estado. Eu mesma ainda não. Mas sendo assim, e sabendo que assim devo ser, fica mais fácil descobrir a real constituição. Digo não a isso ou aquilo. Digo sim, estou na piscina em colóide pronta para reagir meus elementos.
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