segunda-feira, 3 de maio de 2010

Juleu e Romieta não é romance

Tinham lá seus vinte anos. Dois a mais, exatamente. Era a idade da irracionalidade, a idade da desordem, do caos. Deveria ser. Tinham a idade das revoluções e amores corajosos. Sentados, um à frente do outro como reflexos espelhados, fixavam os olhares no ponto alvo: outros olhos. Mas não tinham o tom de parir inveja alheia. Bastava matar por alguns segundos sua atenção que ficava simples interpretar o teatro absurdo. Porque tinham tudo para dar certo, porque tinham tudo, tinham uma expressão velha e pálida. Há quem não goste da felicidade. Há quem procure o obscuro, o sem sentido. Faltava ali o caos que a idade proporciona, as revoluções. Estavam chatos. Estavam cansativos. Estavam repetitivos. Estavam prolixos. Estavam, que fiquei também. Até descrevê-los é chato. É cansativo. É repetitivo. É prolixo. (Essas palavras também estão isso). Estavam cansados um do outro, e eu deles. O texto era inverossímil demais para ser lido e acabei ficando enjoada e vomitei um tanto de falsidade e fui cuidar da minha vida. Agora, o que mais quero?
Quero um romance de verdade.

3 comentários:

  1. Pois não eram caóticos? então que deixasse-os ser!
    mas entendo bem como se sente em relação a ambos! devem ser desapegados às regras, mas não desobedientes (à ti, criadora :D).
    Um ponto final sempre cai bem. e vem acompanhado do remorso de se desfazer daquelas palavras. Então o papel fica abandonado em uma gaveta qualquer que te dá a segurança de não ter se desfeito dele, no entanto, pode se esquecer sem pesar.

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  2. caraca....li o texto, fiquei muito pensativa. O comentário acima clareou meus pensamentos. Estou ficando ligada. hahahahaha
    beijos minha flor.

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  3. acho que a minha confusão confundiu vocês.

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