terça-feira, 23 de março de 2010

Fui-me Embora pra Pasárgada

Fui-me embora pra Pasárgada,
que fiquei perdida por aquelas ruas,
que pinguei gota a gota como remédio,
que não caibo mais no vazio daquele mundo velho,
nem ele, insano e torto,
preenche minhas vísceras por completo.

[sou pensamento novo a cada novo segundo]

Bem sei, tentei de tudo.
Conheci Teerã à Madagáscar.
Escorri na rosa dos ventos e
ventei o grito nos cantos.
Quero a loucura da rainha!
Intensidade do não conhecer.
Prefiro ter asas, ver por cima,
o plano baixo me bloqueia os olhos.
Prefiro ver em outra parte, de lá,
acompanhada pelo rei
na cama que escolherei.
Construirei a civilização aventureira
no rio, na bicicleta, nas histórias .
Arrumei minhas malas.
Recheei sonhos mofados com coragem lavada,
observei e estudei os mapas.
Não me espere para o café,
talvez não haja retorno.
Venha logo Manuel.
Estarei acontecendo!
Fui-me embora pra Pasárgada.





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alusão a "Vou-me Embora pra Pasárgada", Manuel Bandeira.
Um dia, todo mundo quer ir pra lá.

Um comentário:

  1. Genial!
    algum dia no passado já escrevi uma alusão a este mesmo poema, porém seus versos se dispõe de uma forma bem mais bela do que minha linhas tortas. Parabéns! =]

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